Resumo
O desporto de alta competição evoluiu para uma arena onde a excelência psicológica é tão determinante quanto a proeza física. A capacidade de regular eficazmente as emoções, particularmente os estados emocionados (a ansiedade/negatividade pré-competitiva - APC), distingue consistentemente a performance de elite. Este artigo apresenta uma análise crítica e aprofundada da literatura contemporânea sobre a gestão emocional no desporto. Começando por uma desconstrução do complexo panorama emocional do atleta, procura-se aprofunda os mecanismos neurocognitivos e os antecedentes multifatoriais, identificando-a como um obstáculo central ao rendimento ótimo. O núcleo do trabalho foca-se na avaliação de um espetro de intervenções psicológicas baseadas em evidências, desde estratégias de regulação fisiológica e rotinas pré-competitivas a abordagens de terceira vaga, como a Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT) e o treino de mindfulness. A análise revela uma transição paradigmática de modelos que visam eliminar a ansiedade/negatividade para abordagens que promovem a flexibilidade psicológica e a aceitação. Conclui-se que a intervenção mais eficaz reside num modelo integrado, periodizado e personalizado — uma “caixa de ferramentas” de competências psicológicas — adaptado às necessidades individuais do atleta e às fases do seu ciclo de treino. Este trabalho defende que o futuro da psicologia do desporto reside na promoção do bem-estar holístico do atleta como o pilar fundamental para uma performance sustentável e de excelência.

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